Sensibilizar para os sintomas invisíveis da Esclerose Múltipla foi o mote deste ano da Federação Internacional de Esclerose Múltipla.
Para comemorar o Dia Mundial da Pessoa com Esclerose Múltipla celebrado anualmente a 30 de Maio. Pretendeu partilhar o impacto que estes sintomas possuem na qualidade de vida de uma doença que não se vê.
Esta campanha tem como objectivo dar voz às pessoas que vivem com esclerose múltipla. Partilhar os sintomas invisíveis que experienciam, e expressar o que querem que a comunidade saiba sobre esta doença.
Ao longo deste ano e pelo país irão se realizar inúmeras Exposições itinerantes sobre os doze sintomas mais comuns da doença. Convidámo-lo(a) a visitar uma das exposições e fique a conhecer um puco melhor sobre cada um deles.
Dificuldades de mobilidade:
A Esclerose Múltipla pode causar problemas com movimento, equilíbrio e coordenação provocados por desequilíbrios, tremores, tonturas, falta de sensibilidade, fadiga, fraqueza muscular ou espasticidade (rigidez ou sensação de puxão dos músculos). Este sintoma é geralmente responsável pela deficiência física e, muitas vezes, resulta em quedas, lesões, fraturas ou incapacidade.
Dor
A mais comum é a dor neuropática (constante, chata e formigante, caracterizada por sensação de alfinetadas, choque eléctrico e queimar) e pode surgir em qualquer parte do corpo. É comum a dor facial por nevralgia de trigémeo (dor aguda na face ou área do maxilar), os espasmos dolorosos e dores músculo-esqueléticas, provocadas pelo aumento da incapacidade.
Dormência
Dormência, parestesia ou alteração da sensibilidade são sintomas frequentes na E.M.. O doente pode perceber que tem menos sensibilidade ao tocar num objecto e não o “sentir” ou ter uma sensação de alfinetadas, choque eléctrico ou queimar. Pode ser leve ou tão grave que interfira na capacidade do andar, escrever ou segurar objectos.
Dificuldades cognitivas
A E.M. conforme as áreas cerebrais afectadas, pode alterar funções cerebrais básicas, como a memória, o raciocínio, a tenção, a concentração, a velocidade de processamento de informação e linguagem. Para o doente, aprender, resolver problemas, lembrar informações, perceber mensagens visuais, falar fluentemente ou acompanhar uma conversa podem ser autênticos desafios.
Depressão
Variedade de estados emocionais. A depressão clínica é mais frequente entre pessoas com E.M. do que na população em geral ou em muitas outras doenças crónicas. Entre os sintomas sentidos encontram-se alterações rápidas de humor, irritabilidade, perda de interesse ou prazer em actividades quotidianas, perturbações do sono e no apetite, stress e ansiedade. A depressão reduz a qualidade de vida, fazendo com que outros sintomas, como a fadiga ou a dor possam agravar.
Dificuldade em engolir
A disfagia ou dificuldade em engolir é provocada pela fraqueza, descoordenação ou entorpecimento dos músculos da boca e garganta. As alterações na deglutição comprometem seriamente a autonomia do paciente, na medida em que o simples ato de comer e beber poder ser um desafio: engasgo, asfixia, sensação de comida presa, dificuldade na mastigação ou dificuldade de engolir líquidos ou substâncias sólidas são sintomas frequentes.
Disfunção sexual
Pode incluir a diminuição ou perda do desejo sexual, sensações genitais diminuídas ou desagradáveis e capacidade reduzida para o orgasmo. Os homens podem ter dificuldade em manter uma erecção ou ejacular e as mulheres podem apresentar uma diminuição da lubrificação vaginal ou perda do tónus muscular vaginal. A disfunção sexual interfere na intimidade e na sexualidade, desmoralizando o doente, diminuindo a sua autoestima e colocando em causa a sua capacidade de reprodução.
Espasmos musculares
Sensação de rigidez, tensão e contracções musculares involuntárias. Pode correr em qualquer membro. Os espasmos musculares limitam os movimentos, o alcance de objectos e a locomoção e podem interferir com a postura. Aumentam o risco de queda e podem em última análise provocar contracturas musculares, úlceras de pressão e dor. Contribui para aumentar a fadiga do doente.
Fadiga
A fadiga provoca sensação de extrema exaustão mental ou física. O doente sente os membros muito pesados e os movimentos são mais difíceis e lentos. A nível mental, afeta a concentração, a memorização e o raciocínio. Pode surgir em qualquer altura do dia, mesmo depois de uma noite de repouso, comprometendo seriamente a realização de tarefas simples do dia-a-dia. Familiares, amigos, colegas de trabalho u empregadores muitas vezes não compreendem cansaço a inércia ou as ausências inesperadas.
Incontinência urinária
O doente pode sentir necessidade de urinar com frequências ou urgência, por vezes em momentos inapropriados, outros sintomas comuns são o esvaziamento incompleto da bexiga, a dificuldade em começar a urinar, a incapacidade de manter a quantidade normal de urina e a necessidade de urinar durante a noite. Os problemas urinários têm consequências várias, na vida familiar, social e profissional.
Problemas de visão
É o primeiro sintoma detetado por muitas pessoas. Cerca de 20% dos doentes relatam problemas de visão. Podem incluir visão turva, visão dupla, movimento involuntário dos olhos, perda de visão cromática (distorção de cores) e, raramente, perda total e visão. No caso da nevrite óptica pode causar um “ponto cego” grande e perceptível no campo visual. Apesar dos constrangimentos causados ao doente, por norma os problemas de visão são temporários.
Sensibilidade à temperatura
O calor, em qualquer forma, pode afetar pessoas com E.M. e agravar os sintomas da mesma. Pode acontecer se o clima ficar quente ou húmido, quando a pessoa estiver a praticar exercício físico, na praia ou se estiver com febre – tudo associado a um aumento da temperatura corporal. Por outro lado, há doentes que notam um agravamento dos sintomas, especialmente a espasticidade, quando expostos ao frio.